Talvez porque eu, aos 17, estava PARINDO.
Você, então, imagina a dor-de-cabeça que eu dei pra coitada da minha mãe.
Graças a Deus que, apesar das besteiradas que fiz, tive um presente, o Matheus.
Então eu vejo o menino, aos 17, só me dando alegria. Me enchendo de orgulho. Quando tem tanta notícia de menino fazendo coisa errada, se envolvendo com coisa errada etc.
Um ano, um ano e meio atrás, eu e o Gomes demos uma pressionada no Matheus: que ele começaria a trabalhar, porque ambos começamos a trabalhar aos 14 anos. E que ele escolhesse uma faculdade pra fazer. E que ele trabalhasse de dia e estudasse de noite.
Matheus bateu o pé, dizendo que queria o futebol mesmo, que não era só brincadeira. Ele disse que ia nos provar que tava falando sério, que não tava de palhaçada. Isso ele tava ainda num projeto, numa 'escolinha' de futebol de um time daqui.
E então surgiu a oportunidade de fazer o teste na Ponte. E ele passou por umas 4, 5 fases; disputou com muito menino. E conseguiu.
E hoje, quando eu tava parabenizando-o por telefone (ele saiu cedinho pra treinar e vai ficar concentrado pro jogo de amanhã), disse tudo isso pra ele, e ele me disse "eu vou conseguir muito mais". Isso porque ele JÁ conseguiu, mas no sonho dele tem espaço pra mais chão, pra mais conquistas.
Penso nisso e só consigo ser muito grata mesmo. É esse tipo de coisa que me responde a pergunta que me faço às vezes: "Qual o sentido da vida, dessa coisa toda?" É sentir esse amor tão grande, é ver aquele menininho pequeno crescer, conquistar suas coisas, fazer suas amizades, realizar seus sonhos etc. É acompanhar o crescimento de uma vida.
É isso.