Pedi e ela deixou que eu publicasse aqui também:
Outro dia, enquanto esperava para atender uma pessoa, eu fiquei pensando: o que faz alguém trabalhar taaanto a ponto de não ter tempo de curtir o que conquistou, nem de ter um lazer decente, nem de se cuidar fazendo algum exercício, comer mal porque não quer gastar dinheiro ‘à toa’ (oi?), e viver tão estressado por ter vendido a alma pro capeta, jogado o nome na lama e ainda magoado quem gosta dela?
Não entendo. Sério. Qual o ganho que isso tudo pode trazer pra vida de alguém? Porque se matar de trabalhar se você não tem tempo livre pra curtir o que pode comprar ou pra dar uma caminhada, ou para whatever. O objetivo é ser enterrado num caixão folhado a ouro, tipos o MJ? Ou deixar uma herança poupuda pros rebentos a quem você nem sabe quem são, já que não tem tempo de educar e eles crescem criados pela babá?
Qual o propósito de uma vida assim?
Tá, grana é bom, não estou dizendo o contrário, mas não dá pra ser num nível de levar uma vida boa e confortável, mas que ao mesmo tempo você possa desfrutar das coisas que seu dinheiro pode comprar? Tem que sempre querer mais? Colunas de mármore, vaso sanitário de ouro maciço?
O que me assusta é tipo o caso do sofá branco de muitos dinheiros numa casa com crianças, que vive coberto pelo lençol velho ‘pra não sujar’, onde esses meninos não podem ver filme comendo uma pipoca ‘pra não sujar’. Que caralho de sofá vale mais do que a felicidade dos seus filhos? Que caralho de sofá é tão importante a ponto de você passar a vida a observá-lo sem poder sentar a sua bunda confortavelmente nele? Sem poder descansar seus pés em cima dele no fim do dia ‘pra não sujar’?
O que tem me assustado são as casas cada vez mais com cara de ‘Casa Cor’, de revista de decoração, onde nada, absolutamente nada, pode ser usado, porque senão ‘estraga a composição’, do que com cara de casa normal, onde moram pessoas normais, que lêem jornal e deixam jogado num canto, porque estão com preguiça de ir lá, arrumar os cadernos em forma de leque sobre a mesinha de centro.
Parece que as pessoas andam querendo viver cada vez mais dentro de um cenário, onde vivem suas vidas de mentira.
É deprimente.
E você, o que acha disso? Hmmmm? (Menos você, Carol, hohoho.)